Inicial > SQL Server > Boas práticas na definição de Primary Keys

Boas práticas na definição de Primary Keys

Depois de ler um post no fórum do MSDN, resolvi escrever um pouco sobre índice, especialmente sobre o Índice Cluster que na maioria das vezes acaba sendo nossa primary key.

 

Vou começar com os 3 pontos que sempre são vistos em ppts de WebCasts e apresentações de boas práticas em criação de índices.

 

Índices cluster devem ser:

 

·         Únicos

o   Quando uma tabela possui um índice cluster ele servirá como referência(lookup) para todos os índices non-cluster, isso significa que quando você faz uma consulta que utiliza seu índice non-cluster e ele necessita de alguma informação que não está no próprio índice(colunas informadas na criação do índice) ele irá para o índice cluster ler esta informação, por isso ele grava o valor do seu índice cluster no índice non-cluster para conseguir fazer este lookup. É importante dizer que o SQL Server não obriga que seu índice cluster seja único, porém caso ele não seja único o SQL irá “unificar” sua chave incluindo uma informação integer de 4 bytes afim de que ele se torne único. Portanto se o SQL tiver que incluir esta informação de 4 bytes alem de consumir recurso para gerar esta informação(para cada insert ou update ele terá que verificar se esta informação já existe para saber se ele tem que incluir os 4 bytes ou não) complementar ao seu índice, ele irá ocupar mais espaço por conta dos 4 bytes para cada linha duplicada. Seus updates e inserts irão sofrer as conseqüências de uma má escolha do índice cluster.

·         Pequenos

o   Sabendo que a chave do índice cluster é salvo em todos índices non-cluster significa que quanto menor ele for menos espaço você irá utilizar para guardar esta informação no índice non-clustered. Por exemplo imagine que você possui uma tabela com uma chave primária com as colunas ID, Ano, Mes, Dia e possúi vários índices non-cluster em outras colunas, o SQL irá gravar os dados de ID, Ano, Mês, Dia em cada índice non-clustered de sua tabela. Então se ele for muito grande você terá uma grande perda de espaço e custo para seus selects(pois ele terá que ler mais páginas de dados para retornar sua informação), inserts e updates…

o   Quanto maior for seu índice cluster mais espaço seus índices non-clusters irão ocupar.

·         Estáticos

o   Deve ser estático porque se você alterar seu valor ele terá que alem de alterar o valor na tabela alterar todos os índices non-clustered lembra que ele também fica gravado nos índices non-clustered?. Outra coisa importante é que como o índice está ordenado pela chave caso o valor mude ele irá causar fragmentação na sua tabela.

 

Bom com base nestas informações eu tento sempre utilizar o seguinte padrão, colunas Identity para minha chave primária, elas definitivamente são Unicas, Pequenas(Integer = 4 bytes), e estáticas. Algumas vezes o máximo que tenho que fazer é mudar meu índice cluster para outra coluna que também será um identity por exemplo uma foreign key, e então definir minha chave primária como non-clustered.

Algumas pessoas podem dizer que colunas identity como primary key podem causar hot-spot, um hot-spot acontece quando existe um GRANDE número de inserts no final de uma tabela, isso pode causar Page Level Lock porque existem vários usuários tentando acessar a mesma página(final da tabela) para inserir seus dados. Sinceramente eu nunca vi isso acontecer e imagino que você vai ter que efetuar MUITOS inserts ao mesmo tempo para ver isso acontecer, portanto esse contra muitas vezes pode ser ignorado visto os benefícios do identity.

 

Como sempre, gosto de ver na prática(código) o que escrevo portanto vamos a parte legal da coisa, scripts.

 

USE Master

— Caso exista um banco chamado Teste, apaga ele.

IF

(SELECT DB_ID(‘Teste’)) IS NOT NULL

BEGIN

USE Master

ALTER DATABASE Teste SET SINGLE_USER WITH ROLLBACK IMMEDIATE

DROP DATABASE Teste

END

GO

— Criar um banco de dados chamado Teste no C:\

IF

(SELECT DB_ID(‘Teste’)) IS NULL

BEGIN

CREATE DATABASE Teste ON PRIMARY

(NAME = N’teste’, FILENAME = N’C:\teste.mdf’ , SIZE = 51200KB , FILEGROWTH = 1024KB)

LOG ON

(NAME = N’teste_log’, FILENAME = N’C:\teste_log.ldf’ , SIZE = 51200KB , FILEGROWTH = 10%)

END

GO

USE

Teste

— Cria uma tabela de teste com uma chave composta colunas ID Int, CPF Char(11) Primary Key

CREATE

TABLE Teste (ID Int Identity(1,1),

CPF Char(11),

Nome VarChar(200),

Sobrenome VarChar(200),

Endereco VarChar(200),

Bairro VarChar(200),

Cidade VarChar(200),

Primary Key(ID, CPF, Nome))

— Cria uma tabela de teste com uma coluna ID Identity e Primary Key

CREATE

TABLE TesteIdentity (ID Int Identity(1,1) Primary Key,

CPF Char(11),

Nome VarChar(200),

Sobrenome VarChar(200),

Endereco VarChar(200),

Bairro VarChar(200),

Cidade VarChar(200))

SET

NOCOUNT ON

— Inclui 50000 mil de linhas nas tabelas

INSERT

INTO Teste(CPF, Nome, SobreNome, Endereco, Bairro, Cidade)

VALUES(‘11111111111’, NEWID(), ‘Neves Amorim’, NEWID(), NEWID(), NEWID())

GO

50000

INSERT

INTO TesteIdentity(CPF, Nome, SobreNome, Endereco, Bairro, Cidade)

SELECT

CPF, Nome, SobreNome, Endereco, Bairro, Cidade

FROM Teste

— Vamos criar alguns indices nonclustered para cada tabela

CREATE

NONCLUSTERED INDEX ix_NomeSobrenome ON Teste(Nome, SobreNome)

CREATE

NONCLUSTERED INDEX ix_Sobrenome ON Teste(SobreNome)

CREATE

NONCLUSTERED INDEX ix_Endereco ON Teste(Endereco)

CREATE NONCLUSTERED INDEX ix_NomeSobrenome ON TesteIdentity(Nome, SobreNome)

CREATE

NONCLUSTERED INDEX ix_Sobrenome ON TesteIdentity(SobreNome)

CREATE

NONCLUSTERED INDEX ix_Endereco ON TesteIdentity(Endereco)

— PEQUENO

— Ao comparar o tamanho das tabelas já podemos observar que a tabela Teste

— é maior que a tabela TesteIdentity justamente por causa do index_size.

sp_spaceUsed

Teste

GO

sp_spaceUsed

TesteIdentity

— A tabela teste é maior porque nos indices non-cluster é incluido os dados do indice cluster

— para comprovar isso podemos utilizar o comando abaixo.

— Repare que é exibida a informação das colunas Endereco, ID, CPF e Nome

DBCC

SHOW_STATISTICS(‘Teste’, ix_Endereco)

— ESTÁTICOS

— Agora vamos ver quantas leituras de páginas são necessárias para atualizar

— 2000 linhas das tabelas, Vamos ligar as estatiscitas de IO para ver o resultado

— se você exibir o Plano de execução repare que o update na tabela Teste

— irá atualizar os indices non-cluster da tabela.

SET

STATISTICS IO ON

update

Teste set Nome = ‘Fabio’

where

ID < 2000

/*

Table ‘Teste’. Scan count 1, logical reads 50377, physical reads 0, read-ahead reads 0, lob logical reads 0, lob physical reads 0, lob read-ahead reads 0.

Table ‘Worktable’. Scan count 4, logical reads 12544, physical reads 0, read-ahead reads 0, lob logical reads 0, lob physical reads 0, lob read-ahead reads 0.

*/

GO

update TesteIdentity set Nome = ‘Fabio’

where

ID < 2000

/*

Table ‘TesteIdentity’. Scan count 1, logical reads 51, physical reads 0, read-ahead reads 0, lob logical reads 0, lob physical reads 0, lob read-ahead reads 0.

*/

SET

STATISTICS IO OFF

/*

Para vizualizar a funcionalidade de incluir mais um valor de 4 bytes nos registros duplicados afim

de torná-los únicos vamos alterar a primary key da tabela teste.

*/

— Pega o nome da primary key

exec

sp_pkeys Teste

— Apaga a primary key para recria-la como não cluster.

ALTER

TABLE Teste DROP CONSTRAINT PK__Teste__3E52440B

— Recria a primary key como não cluster

ALTER

TABLE Teste ADD CONSTRAINT PK__Teste PRIMARY KEY NONCLUSTERED(ID, CPF, Nome)

— Cria um indice cluster com base na coluna CPF

CREATE

CLUSTERED INDEX ix_CPF ON Teste(CPF)

/*

Para vizualizar o valor que o SQL incluiu em cada valor duplicado vamos utilizar o comando

DBCC PAGE

*/

— Pega o endereço físico do Nivel raiz do indice coluna Root da tabela SysIndexes

SELECT

*

FROM SysIndexes

WHERE ID = Object_id(‘Teste’)

AND Name = ‘ix_CPF’

— Resultado 0x300D00000100

— 0x0D30

— Transforma o HexaDecimal em Inteiro

SELECT

CAST(0x0D30 AS INT)

— Pega o ID do banco

SELECT

DB_ID(DB_Name())

DBCC

TRACEON(3604)

GO

DBCC

PAGE(8,1,3376,3)

/* Resultado

FileId |PageId |Row |Level |ChildFileId |ChildPageId |CPF (key) |UNIQUIFIER (key) |KeyHashValue

1 |2738 |0 |2 |1 |2736 |NULL |NULL |(1d0151a9cf2f)

1 |2738 |1 |2 |1 |2737 |11111111111 |11894 |(930152642c7b)

1 |2738 |2 |2 |1 |2739 |11111111111 |23454 |(bd0117b642ad)

1 |2738 |3 |2 |1 |2740 |11111111111 |35014 |(e601bd2493e9)

1 |2738 |4 |2 |1 |2741 |11111111111 |46574 |(0f021bded106)

*/– Podemos ver que foi gerada uma coluna "UNIQUIFIER (key)", Bunito esse nome né? Uniquifier 🙂 /*

 http://cid-52eff7477e74caa6.skydrive.live.com/embedrow.aspx/Publica/Boaspr%c3%a1ticasparaIndicesCluster.sql

Categorias:SQL Server
  1. Nenhum comentário ainda.
  1. No trackbacks yet.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: